sábado, fevereiro 04, 2012

A anti-Leila

Leila está possuída e quer ser normal. Ela decai. Ela verte sua perfeição a cada expiração, pus na sua tosse, repleta dos nossos pestibundos dias. Vai, e busca a imperfeição, sendo Leila, a perfeita imperfeição. Eu decaio duas vezes, no retângulo perfumado e glorioso, o oceano de sua imperfeição em que nado.

Leve Leila pelo cetim, sonhando ser a princesa das trevas, onde me perdia eu, sem ser o tenebroso mas cego. No preclaro engodo, alma minha e de Leila, executadas, seriam nossas identidades neutralizadas. Onde estaremos quando o sol se puser?

Ó príncipe, dá-me o dom de ter Leila em mim, por mim, mas sem mim. Os olhos langorosamente bondosos, o sorriso propedeuta e o corpo esvaído de si para sempre hão de ir em teu encontro. Que eu me dedique a ti e encontre a mim mesmo, feito Leila.