sábado, fevereiro 04, 2012

Heresia e ignorância

Leila é a memória dos meus sonhos não-realizados, esquecidos, esfomeados por sobrevivência, por rugas de saber, por soberba da emergência dos dias, que não paravam de nascer na aurora surda. Imenso conflito entre o que eu era e sou e o que devo ser, Leila me lembra de tudo, transforma em presente, tudo em só, o agora.

A sombra de Leila é Leila, como onde eu possa deitar, ao abrigo de tudo, porque viver cansa, demais. Não há descanso, porém, na vida que não é. Leila e o frenético pulsar de seus passos, portanto, ferroadas, um cancro lento e sutil, quieto, a retomar a morte.

Leila fosse a mãe de Deus. Em seu olhar humaníssimo as místicas, as fervorosas, as guerreiras, as santas, as corajosas, as mães, as filhas, as irmãs, as piedosas, como nas escrituras. Leila é todo um convento de habilidades indispensáveis à mulher. À disposição.