quarta-feira, maio 18, 2005

Emília com arabescos violeta, cabelo longo delineando seu perfil, qualquer caligrafia ao longo das paredes mortas, dos anteparos.
Emília dos passos lentos, das cadências, dos medos pueris de aparência, dos cantos em silêncio, dos esforços contidos e orgulhosos.
Emília dos eternos sorrisos, de uma vida feita e desfeita, de um receio primordial, esta, a Emília calada, que quer se deixar tocar pelo eterno amor, pela eterna paixão de suas coisas.
Emília moderna, a pensar em qualquer coisa que não me interessa, a me esquecer completamente perante as inúmeras seduções da vida suburbana.
Emília, a bela, a desconjuntura das horas, a senhora das palmas, valente e desdenhosa, madura e recatada, plantios de colheita infinda, sabor que colabora com as memórias.
Emília, futuro fruto de minha dor, necessidade de amor e morte, mariposa na lâmpada forte.

1 Comments:

Blogger Irautz Libel said...

Pode publicar, Markus.

19/5/05 10:25  

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