terça-feira, abril 03, 2007

Luana, a exata dimensão das iguanas. Tempo lato em que transfiguramos, o fundo imenso do espaço. Morte certa e lenta das praias que arrebentam no escoadouro dos penedos. Luana dos dolorosos segredos.
Veredas no seu dorso, o sol em descompasso. Verdes idos de um deserto desejado por deuses e vassalos. Couro molhado, látego do além-mar. Virtude sem par do simples brotar de um musgo. Escuso desdouro das palavras. Pálidas moradas, amadas e invejadas da alva à alvorada. Luana alcançada pelas jangadas da esperança. Luana criança.
Minha aquarela, Luana amarela. Feita de palhas e cambraias, tive medo de seus dedos, alfaiates de mortalhas. Semente obtusa, olvidada de veludos e camurças, secando o nitroso do leito idoso, amargo das ervas-mates. Luana dos abacates.
Mordida funda na derme segunda das leis inermes. Vermes famintos de fósseis futuros nas paredes dos muros de Roma. Minério em coma transformado em pistilo de antanho. Estranho asilo no mel de marimbondo, céu de chuva, estrondo no horizonte. Luana do amado instante.
Exilada do arrimo estulto, Luana sob seus pés um vulto.