segunda-feira, abril 02, 2007

Ameixa

Não tinha dito coisa alguma.
Agora a hora, quase uma
Em que costuma
Ter mais razão
O coração,
Fingindo, sem mais pressa,
Ao aprendiz
Dos mais hostis
O fim que lhe interessa.

Sem interesse, põe-se a escuma
Sobre a água, bem como fuma
A densa bruma
Na escuridão.
Tal inversão
Faz com que eu te não meça
De onde a raiz
Vai à cerviz,
Pois és tão vasta peça.

Pede o teu gesto uma oração
Para libertar da prisão
Um nome em vão
Que não se diz.
Seja feliz
Mesmo o que não confessa.
A ti assuma
Quem se consuma
No altar que te mereça.

Quem te merece dá-te a mão,
Contigo olha a imensidão
Dita nação
Que te condiz,
Imperatriz,
O Estado que não cessa
E se avoluma
Até que suma
Na volta que atravessa.

Através de um só verso eu quis
Caçar-te, arredia perdiz,
Me satisfiz
Com uma pluma,
O que enciúma
Até uma abadessa.
Com tal condão
Espero, então,
Que Amor em mim só cresça.

Cresce com vagar o que eu fiz
Em teu peito, que às coisas vis
Fez-se juiz.
Não te presuma
Isso que arruma
A que eu não entristeça.
Nesse verão
Cata do chão
Doce mas seca ameixa.

Prístina prevaleça.
Irautz diz não
A qual canção
Que em ti pense e se esqueça.